Para encerrar o mês da visibilidade trans, coletivos e organizações realizaram, na manhã desta terça-feira (31), intervenção em favor da vida e da dignidade das pessoas transsexuais e travestis. Uma faixa com a inscrição “Vidas Trans Importam” chamou a atenção de quem passou pelo cruzamento da Avenida Conde da Boa Vista com a Rua da Aurora.
“É importante reforçar que a transfobia é um problema não apenas da população trans, mas de toda a sociedade, incluindo a parcela cisgênera. Este ato é uma forma de ganhar visibilidade para além dos lugares de morte, como o noticiário policial e sepultamentos”, ressalta Maria Daniela, travesti filiada à Articulação e Movimento para Travestis e Transexuais de Pernambuco (Amotrans) e Rede Nacional de Feministas Antiproibicionista (Renfa).
Pelo 14° ano consecutivo, o Brasil é o país que mais mata travestis e pessoas trans no mundo. Neste ranking da violência, Pernambuco desponta como o lugar mais letal para a população trans. Em 2022, o Estado foi a unidade federativa onde mais travestis e mulheres trans foram assassinadas em nosso país (Dossiê ANTRA/2023).
Alguns dados que afetam a população trans:
- 13 anos é a idade média em que são expulsas de casa;
- elevadas evasão/expulsão escolar e taxa de analfabetismo (56% destas pessoas não concluíram o 1° grau);
- localização compulsória na prostituição como atividade econômica (90%);
- expectativas de vida de 35 anos, em média.
"A atual política de droga proibicionista e criminalizante impacta de forma ainda mais cruel as pessoas trans. A população transsexual precisa ter seus direitos básicos assegurados. E a Escola Livre de Redução de Danos tem este compromisso”, avalia Priscilla Gadelha, psicóloga e uma das coordenadoras da organização.
Fontes: Dossiês ANTRA 2022 e Projeto Além do Arco-íris/Afro Reggae.
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