Redução de riscos e danos é a ampliação do direito à vida das pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas, numa prática que valoriza o cuidado e respeita a saúde pública e os direitos humanos. Para marcar o Dia Nacional da Redução de Danos, comemorado nesta quinta-feira (24), e celebrar mais um ano de trabalho, a Escola Livre de RD promove uma semana de atividades, com um dia de acolhimento e cuidado para mulheres cis e trans em situação de rua e a realização de um ato, na sexta-feira (25), pela eliminação da violência contra a mulher. ,
A ação de acolhimento e cuidado às mulheres cis e trans em situação de rua acontece, na terça-feira (22), no Centro de Convivência da organização, localizado na Rua das Ninfas, nº 267, na Boa Vista, área central do Recife. No espaço mantido por uma equipe de redutores de danos e voluntários, as mulheres cis e trans em situação de rua poderão tomar café da manhã, lavar e secar roupas e utilizar banheiro com privacidade, além de acesso a local para descanso, apoio psicológico e atividades de interação.
Na programação, elas participam também de uma roda de troca de saberes e experiências com mulheres da Rede Latinoamericana e do Caribe de Pessoas que Usam Drogas (Lanpud) e da Rede Nacional de Feministas Antiproibicionista (Renfa). Na sexta-feira (25), o ato pela eliminação da violência contra a mulher acontece na Praça Oswaldo Cruz, no bairro da Soledade.
“A Redução de Danos tem uma ética e uma prática orientadas pelo cuidado, pela troca de vivências e pelo compartilhamento de responsabilidades. Como política pública, a Redução de Danos completou 30 anos de atuação no Brasil, com ações concretas que, ao longo do tempo, impactaram positivamente pessoas que fazem uso de álcool e outras drogas, suas famílias e comunidades”, ressalta a psicóloga Priscilla Gadelha, uma das coordenadoras da Escola Livre de RD.
Aprovado no Congresso
O Dia Nacional da Redução de Danos é comemorado no dia 24 de novembro, nesta quinta-feira, por conta de um projeto de lei que foi aprovado no Congresso Nacional. A proposta partiu da sociedade civil organizada, aprovada no Seminário Os 30 anos da Política de Redução de Danos, realizado em novembro de 2019. Na Câmara, as deputadas Talíria Petrone (PSOL-RJ), Áurea Carolina (PSOL-MG), Erika Kokay (PT-DF) e o deputado Paulo Teixeira (PT-SP) subscreveram a proposta.
O que é redução de danos?
É um conjunto de políticas e práticas individuais e coletivas, com o objetivo de reduzir os danos associados ao uso de álcool e outras drogas psicoativas em pessoas que não querem, não podem ou não conseguem parar de fazer uso. As intervenções são baseadas no compromisso com a saúde pública e os direitos humanos.
“A Redução de Danos oferece às pessoas de grupos em vulnerabilidade social e negação de direitos um conjunto de estratégias de organização e melhoria na qualidade de vida. A redução de danos é uma das formas da sociedade e do Estado reconhecerem a cidadania e os direitos constitucionalmente garantidos de populações como as pessoas em situação de rua ou em cárcere”, contextualiza Ingrid Farias, redutora de danos e também uma das coordenadoras da Escola Livre.
O que é a Escola Livre de Redução de Danos?
Em atividade desde 2019 a Escola Livre de Redução de Danos é uma organização político profissional que trabalha para o fortalecimento dos direitos humanos e da cidadania para as pessoas e grupos em vulnerabilidade social. Em julho de 2019, a organização abriu as portas do Centro de Convivência para pessoas em situação de rua. O espaço funciona de segunda a sexta-feira, com dias definidos para o atendimento à população de rua e apoio psicológico.
