Catharina Cavalcanti. Bacharela em Serviço Social, pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
O uso de drogas se faz presente no decorrer da história da humanidade, seja para fins medicinais, religiosos ou apenas pelo próprio prazer oriundo do uso. No entanto, a forma como a sociedade enxerga e lida com as drogas se modifica de acordo com o período sócio histórico. O viés criminalizado e proibicionista atrelado ao consumo de substâncias psicoativas é um pouco mais recente, balizado nos interesses mercantis de lucratividade do modo de produção capitalista, que modificou as formas de organização e uso de drogas existentes em outras épocas. Essa nova ordem societária marcou decisivamente a compreensão, a regulamentação da produção, a comercialização e o próprio consumo de drogas, ou seja, seus interesses políticos e econômicos trouxeram diferentes percepções acerca das drogas, dos indivíduos que fazem uso delas, do que é o do que não é droga estigmatizada pela sociedade, do que é lícito e do que é ilícito. (CARNEIRO, 2002). É dentro desse contexto social, político e econômico que se estabelece na agenda política global a chamada “guerra às drogas”, esta cresce massivamente em decorrência do proibicionismo e se configura enquanto estratégia de controle social coercitivo e também como tática para o crescimento da economia neoliberal.